Wojciech Szczesny utilizou este sábado as redes sociais para anunciar a sua intenção de não disputar os encontros de playoff com a seleção russa, na sequência da invasão à Ucrânia, numa decisão que posteriormente foi seguida por outras compatriotas, como por exemplo Robert Lewandowski. Esta noite, depois do jogo da Juventus com o Empoli, o guardião abordou essa sua decisão e explicou-a.
"Decidi não jogar no playoff e estou feliz por perceber que os meus colegas de equipas tomaram a mesma decisão. Se nos atribuírem uma derrota pelo menos sabemos que tomamos a decisão correta. Fizemos o que tínhamos a fazer. A minha família já está longe da Ucrânia, mas ainda há muita gente escondida e a tentar escapar. É uma situação horrível", comentou o guardião polaco, à plataforma DAZN.
"Não estou irritado com todos os russos. Sei que a maior parte deles estão contra a guerra, mas o governo tomou esta decisão. As redes sociais não são apenas um espaço para celebrar as vitórias do futebol, mas para dizer as coisas como elas são. Espero que todas as outras seleções sigam o nosso exemplo e se recusem a jogar contra a Rússia. Vamos ver se a FIFA lhes vai dar um lugar no Mundial ou não...", atirou o guardião.
Uma ligação bem forte
Szczesny, refira-se, é casado com uma cidadã ucraniana, pelo que a sua ligação ao país vai muito para lá da simples questão de fazer fronteira. Por isso, na sua mensagem nas redes sociais, o guardião da Juventus lembrou que "sangue ucraniano corre nas veias" do seu filho e assume que "não pode fazer de conta que nada se está a passar". "No momento em que decidiu invadir a Ucrânia, Putin não só declarou guerra à Ucrânia, mas também a todos os valores europeus. A liberdade, independência e, acima de tudo, paz", referiu.
Por isso, na hora de olhar ao futebol, o guardião deixou logo clara a sua intenção. "No dia 26 de março deveríamos jogar um playoff com a Rússia. E mesmo que me parta o coração escrever isto, a minha consciência não me deixa jogar. Representar o nosso país é a maior honra que um jogador pode ter, mas ainda é uma escolha. Recuso-me a jogar contra jogadores que escolheram representar os valores e princípios da Rússia. Recuso-me estar num relvado, vestir as cores do meu país e ouvir o hino da Rússia! Recuso-me fazer parte de um evento desportivo que legitima as ações do governo russo. Sei que o meu impacto pode ser simbólico, mas apelo à FIFA e à UEFA para tomar uma ação e atribuir as responsabilidades à Rússia pelos seus atos".
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