Se as críticas ao Cartão do Adepto já eram muitas, maiores ainda se tornaram com o início do campeonato. Perante a situação, a ‘Força Azul 1982’, claque do Vizela, realizou, na tarde de sábado, uma sessão de esclarecimento sobre esta nova medida no futebol português. O evento contou ainda com a presença da Associação Portuguesa de Defesa do Adepto (APDA).
Ainda antes da sessão em si, Tiago Gonçalves, representante da ‘Força Azul 1982’, explicou à comunicação social os motivos que levam a claque a ser contra o Cartão do Adepto.
"Não criámos o Cartão do Adepto, não o vamos fazer e estamos a apelar a toda a gente aqui em Vizela para que não o faça. Quem criar será excluído do grupo. O que fizemos com o Sporting foi comprar bilhetes para a bancada dos adeptos da casa. Vamos continuar nesta luta até não termos mais forças. É uma lei ridícula, que não previne em nada a violência no desporto. Aliás, só vai aumentar a violência no desporto. Os grupos vão fazer o que nós fizemos em Lisboa, vão para setores de adeptos da casa e, por vezes, as coisas podem não correr da melhor forma", começou por explicar.
Referindo que a medida não correu bem nos países europeus em que foi implementada, Tiago Gonçalves explicou ainda que esta é uma luta dos grupos de adeptos de quase todos os clubes: "Já tivemos dois fóruns em Coimbra, nos quais estiveram presentes 36 grupos de apoio a clubes, e o sentimento é unânime. Como é que se vai dizer a uma criança que não pode levar a bandeira para apoiar o seu clube? Como é que vamos levar os miúdos ao futebol?".
De resto, da parte do Vizela, Pedro Oliveira, vice-presidente do clube, manifestou o seu desagrado com a medida e deu um exemplo prático. "O problema não são os adeptos ou as claques, mas sim alguns dirigentes. Choca-me saber que os Super Dragões já têm mais de mil cartões. O líder deles tem uma responsabilidade muito grande, podia ser uma pessoa importante para combater isto", disse.
APDA acredita no fim do cartão
João Lobo, vice-presidente Associação Portuguesa de Defesa do Adepto (APDA), esteve também em Vizela e deu ênfase à confiança que a associação tem em relação ao facto de esta ser uma medida com os ‘dias contados’: "
A APDA está totalmente contra a criação do Cartão do Adepto. O cartão surge como uma medida para combater o racismo, a xenofobia e a violência e, ao identificar-se os adeptos, estes estão a ser considerados os potenciais prevaricadores desses cenários. Não conseguimos perceber como se pode pedir a um jovem de 16 anos para não se manifestar a favor da sua equipa ou a um adepto para ver um jogo sentado. Contámos com o apoio dos partidos e dos clubes para reverter esta decisão, acreditamos que, mais cedo ou mais tarde, a medida vai cair".


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