A junta médica que investigou a morte de Maradona concluiu que o argentino foi "abandonado à sua própria sorte" pela equipa de clínicos que o assistiu dias antes do seu falecimento, a 25 de novembro do ano passado.
O relatório de 70 páginas, elaborado por 20 peritos e ao qual o site 'infobae' teve acesso, diz que o antigo craque teve um "tratamento inadequado, deficiente e imprudente". É também explicado que Maradona "começou a morrer pelo menos 12 horas antes" do momento em que foi encontrado sem vida na cama, tendo sofrido um "prolongado período de agonia".
O documento diz inequivocamente que Maratona "teria tido melhores hipóteses de sobrevivência" se tivessse recebido "cuidados médicos adequados".
Os médicos que acompanhavam El Pibe dizem que o doente exigiu ter alta do hospitar, depois de uma intervenção ao cérebro, e que quis regressar a sua casa, em Tigres. Mas os peritos consideram que Maradona "não estava no controlo das suas faculdades mentais" e, por isso, "não podia tomar decisões relativamente à sua saúde e cuidados médicos".
Neste relatório é também explicado que os clínicos sabiam que essa saída precipitada do hospital "podia ser fatal", mas que eles foram "indiferentes à situação e não mudaram a sua atitude relativamente à questão". "Basicamente abandonaram o doente à sua sorte".
É também relatado que a ambulância só foi chamada 12 horas depois de os órgãos de Maradona começarem a mostrar sinais de falência. "Maradona começou a morrer pelo menos 12 horas antes, o que significa que ele já estava a mostrar sinais inequívocos de agonia prolongada. Por isso podemos concluir que o paciente não foi devidamente observado nesse período."
Recorde-se que estão a ser investigados pela justiça argentina a psiquiatra Agustina Cosachov, o neurocirurgião e clínico geral Leopoldo Luque e o psicólogo Carlos Díaz, além de um enfermeiro, uma enfermeira, uma médica coordenadora e um coordenador de enfermeiros. Todos suspeitos de negligenciarem os cuidados a Maradona. As penas na Argentina para abandono ou homicídio culposo variam entre cinco e 15 anos de prisão.
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