Douglas Luiz cresceu na Nova Holanda, um local que nada tem a ver com os Países Baixos. Trata-se, isso sim, de uma favela no Rio de Janeiro. O jogador do Aston Villa não tem vergonha de o dizer, antes pelo contrário, tem orgulho de ser proveniente de um bairro pobre e espera que o seu exemplo seja fonte de inspiração para as crianças que sonham singrar no futebol.
"Sou de uma favela e consegui", explica com orgulho numa entrevista ao jornal 'The Guardian' o médio de 22 anos. "Há coisas boas e coisas más em todas as comunidades e eu penso que as favelas deviam ser mais valorizadas porque o que faz a comunidade são as pessoas que lá vivem. Deviam ter mais oportunidades. Infelizmente no Brasil as pessoas que vivem nas favelas são tratadas de forma diferente e isso tem de mudar."
Uma discriminação que Douglas Luiz conhece bem. "Por exemplo, se duas pessoas se candidatarem ao mesmo emprego e se uma delas tiver no currículo a morada de uma favela e a outra de uma zona nobre do Rio de Janeiro, o empregador vai quase de certeza dar o trabalho à pessoa que não é da favela. Sem razão para isso. Depois, a pessoa da favela fica confusa e questiona por que razão não lhe deram o emprego. Esta é a realidade que enfrentamos."
O jovem médio não renega as suas origens, antes pelo contrário. "Tenho orgulho por ser de uma favela. Tornei-me num exemplo para muitos jovens de lá. Eles podem olhar para mim e perceber que é possível alcançarem os seus objetivos. Acreditamos em Deus e acreditamos que todos somos iguais, independentemente da cor da pele."
O jogador, formado no Vasco da Gama, revela que nem sempre as coisas foram fáceis. "Sinto-me feliz porque provei que podemos alcançar os nossos sonhos. Fui rejeitado por vários clubes no passado, eu não tinha condições financeiras para me manter, mas agora estou aqui. Podem dizer que a pior parte já passou, mas quero continuar cá e subir ainda mais."

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