É uma das velhas discussões no futebol e tem aumentado de intensidade nos últimos anos: os jogadores vítimas de concussão cerebral, na sequência de choque ou pancada violenta na cabeça, devem ou não permanecer em campo? O caso recente do choque entre Raúl Jiménez e David Luís, no Arsenal-Wolverhampton, é um bom exemplo. O mexicano teve fratura de crânio e foi hospitalizado, o brasileiro jogou até ao intervalo.
Os especialistas são claros na resposta negativa, porque nem sempre as sequelas são evidentes ou imediatas, mas a verdade é que muitas vezes vinga a pressão de os jogadores continuarem em campo, seja por vontade de ajudar ou com receio de prejudicar a equipa, que pode ter de queimar uma substituição ou até ficar em inferioridade numérica (se já tiver esgotado as alterações).
Assim, o International Football Association Board (IFAB), que define as regras do futebol, anunciou ontem que a partir de janeiro de 2021 será testada uma substituição suplementar para estes casos (comoção cerebral, seja ela real ou hipotética).
«O objetivo é evitar que o jogador em causa sofra um segundo choque na cabeça na mesma partida, o que pode ter graves consequências. A saída do jogador deixa tempo para avaliar adequadamente a sua saúde. Uma concussão pode ser inicialmente subestimada, mas pode ter efeitos tardios», justificou o diretor técnico do IFAB, David Elleray.
O protocolo era para ser testado nos Jogos Olímpicos, mas o evento foi adiado, pelo que as substituições adicionais avançam nas ligas em curso, por parte das confederações e federações que demonstrarem interesse junto da FIFA.

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