Antoine Griezmann rompeu a ligação comercial com a Huawei depois de terem vindo a público acusações de que o gigante tecnológico chinês apoiou o governo na perseguição à minoria uigure pela criação de um alerta de reconhecimento facial.
«Após fortes suspeitas de que a empresa Huawei contribuiu para o desenvolvimento de um alerta uigure graças ao software de reconhecimento facial, anuncio que termino imediatamente a parceria que me liga a esta empresa», escreveu o jogador do Barcelona, em comunicado divulgado nas redes sociais. O internacional gaulês era embaixador da marca desde 2017.
No mesmo texto, Griezmann insta a Huawei a pronunciar-se sobre o caso e «tomar ações concretas para condenar esta repressão em massa e usar a sua influência para contribuir com o respeito pelos direitos do homem e da mulher dentro da sociedade».
Tendo sido notícia pela tomada de posição contra o governo francês no caso da violência policial contra o produtor musical Michel Zecler, Antoine Griezmann voltou a tirar as chuteiras, reagindo assim às notícias divulgadas pelo Washington Post com base em relatórios do gabinete de estudos IPVM sobre a polémica ferramenta digital da Huawei.
Foi precisamente um relatório interno que chegou a estar visível no site da empresa que conduziu a investigação e à respetiva conclusão: estavam em marcha testes avançados de reconhecimento facial da etnia islâmica uigure.
Uma investigação da Associated Press revelou que nos últimos quatro anos a China aprisionou cerca de um milhão de uigures em «centros de doutrinação» em Xinjiang, região que faz fronteira com o Afeganistão e o Paquistão, onde, entre outras medidas, se pratica o controlo de natalidade, nomeadamente o uso à força de dispositivos intrauterinos (DIU), esterilizações e centenas de milhares de abortos.

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