A transferência de Robin van Persie do Manchester United para o Fenerbahçe ficará como uma das surpresas do mercado de verão de 2015, perdendo apenas para a de Iker Casillas, que trocou o Real Madrid pelo FC Porto. Mas, à semelhança do que passou com o guarda-redes espanhol, também a situação do avançado holandês foi dando sinais de rotura e aqui, o grande protagonista é Louis van Gaal, treinador dos red devils.
A história foi contada este domingo por Van Persie em entrevista ao jornal britânico "The Times" e começa a 21 de fevereiro, depois do avançado agravar a lesão no tornozelo direito no jogo com o Swansea. Dois meses depois, já recuperado, Van Gaal optou por não utilizar o compatriota no embate frente ao Chelsea, em Stamford Bridge, onde os blues marcaram o golo do triunfo logo aos 38 minutos (Eden Hazard).
No banco de suplentes, Van persie viu entrar, sucessivamente, Adnan Januzaj (Juan Mata) e Ángel di María (Ashley Young), ambos aos 70 minutos, e depois até Tyler Blackett (Luke Shaw), aos 80'. "Foi um dos primeiros sinais de que as coisas não estavam a ir na direção certa", contou o holandês.
"Pedi para jogar pela equipa de reservas de forma a poder ganhar ritmo, mas lá voltava eu para o banco no jogo seguinte. O ambiente entre mim e o Louis mudou e todos no clube se aperceberam disso. Mas eu continuei a ser sempre profissional e naquela altura não pensava em sair. A minha mulher, os meus filhos e eu estávamos felizes em Manchester", explicou Van Persie, confessando:
"Pensava que podíamos começar do zero no regresso de férias. Afinal, o Louis já tinha mudado de opinião sobre mim no passado. Quando assumiu o cargo de selecionador da Holanda ele disse-me, és o terceiro avançado', e eu pensei para mim, 'tudo bem...' Mas lutei pelo meu espaço e ganhei o estatuto de primeira escolha dele e de capitão de equipa."
"Mas quando regressei percebi que aquilo deixara de ser uma batalha honesta. Não me foi dada oportunidade de lutar por um lugar na equipa. Ele mandava-me treinar para o campo secundário. Sou um jogador maduro. Não sou estúpido. Não me deixei abalar emocionalmente, são coisas que fazem parte do futebol e da vida. Temos de ser capazes de tirar o melhor proveito de qualquer situação e foi isso que fiz, mudando de clube", reforçou, deixando bem claro:
"Conheço o Louis enquanto selecionador nacional e agora fiquei a conhecê.lo enquanto treinador de uma equipa de clube. E há um diferença."
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