Faleceu no dia 12, em Mar del Plata, Argentina, Miguel Andrés di Pace, um génio absoluto do futebol e um dos melhores jogadores da história do Clube de Futebol "Os Belenenses". Di Pace, nascido em Buenos Aires a 31 de agosto de 1926, tinha 88 anos e sofria de Alzheimer desde 2010. Casado com uma portuguesa, que conheceu nos cinco anos em que viveu em Portugal (chegou em 1953, partiu em 1958), esteve em Lisboa pela última vez em 2004, altura em que confirmou plenamente as memórias deixadas como jogador grandioso e ídolo azul. Nesses dias, D. Miguel sentiu o calor da gente que não o esqueceu.
Di Pace chegou a Lisboa no dia 5 de abril de 1953. Tinha representado Racing e Huracán no país natal e a Universidad de Chile, cuja camisola envergava quando Alejandro Scopelli, mítica figura do Belenenses, lhe sugeriu Lisboa como destino. Miguel – que era um médio extraordinário, habilidoso e com técnica sublime; maestro e solista; elegante e desequilibrador – estreou-se a 10 de maio de 1953, na derrota com o Barreirense, a contar para a Taça de Portugal. Mas se o arranque não foi auspicioso, os cinco anos seguintes confirmaram-no como um dos grandes talentos do futebol mundial e um dos melhores estrangeiros que pisaram relvados nacionais. Pelo Belenenses, Di Pace foi vice-campeão nacional uma vez (perdeu o título a 4 minutos do fim num jogo com o Sporting), foi duas vezes terceiro e duas vezes quarto. Sempre como principal municiador do fenómeno que foi Matateu, para quem Miguel "foi o maior de todos os jogadores que conheci".
Sem comentários:
Enviar um comentário