Stefano Mauri, capitão da Lazio, e outros 18 jogadores da Serie A foram detidos esta segunda-feira na sequência de uma investigação a resultados combinados para benefício de apostas. Domenico Criscito, que recebeu a visita da polícia no estágio de Comerciano esta manhã, já sabe que não vai ao Euro-2012. A casa de Antonio Conte, treinador da Juventus, também foi alvo de buscas. Depois do Calciocaos (também conhecido por «Calciopoli»), surge agora o «Calcioscommesse» - «scommesse» é a palavra italiana para «apostas» - e uma nova bronca no futebol italiano.
De acordo com a polícia italiana, Mauri foi um dos 19 futebolistas detidos numa operação que decorreu de norte a sul de Itália. Os jogadores são acusados de estarem implicados num esquema de resultados combinados para operações de apostas. A imprensa identifica também Omar Milanetto, jogador de 36 anos do Padova, como um dos detidos.
O escândalo está, entretanto, a ter reflexos na seleção italiana que está concentrada em Comerciano a preparar-se para o Euro-2012. Domenico Criscito, lateral do Zenit e um dos pré-convocados de Cesare Prandelli, foi interrogado pela polícia por suspeitas relacionadas com o período em que representou o Génova em 2010/11.
O internacional não participou no treino da «squadra azzurra» e ficou no seu quarto, a responder a perguntas da polícia. Entretanto, Demetrio Albertini, vice-presidente da federação italiana, já confirmou que o lateral não vai fazer parte da lista final de 23 convocados de Cesare Prandelli, que será divulgada esta terça-feira.
«Não devemos dar muito ênfase à presença da polícia em Coverciano, é uma questão que apenas envolver Criscito e nenhum outro jogador da seleção nacional neste momento», garantiu Roberto Di Martino, procurador-geral do tribunal de Cremona.
O próprio Criscito declarou-se inocente e quer esclarecer o assunto o mais rapidamente possível. «Quero prestar declarações esta tarde ou o mais tardar amanhã, quero esclarecer tudo. Não tenho nada a ver com este assunto. Estive apenas num jantar com alguns adeptos do Génova», destacou o internacional italiano.
Segundo a agência «Ansa», também o defesa da Juventus Leonardo Bonucci foi ouvido durante o estágio na seleção.
Os jornais transalpinos revelam ainda que a residência do treinador da Juventus, Antonio Conte, foi alvo de buscas. Neste caso, a investigação não diz diretamente respeito ao clube de Turim, mas sim ao período em que o treinador estava à frente do Siena. O advogado, Antonio De Rencis, já comentou as notícias: «A reação de Conte é a de alguém completamente inocente e fortemente determinada a provar a sua inocência.» Além do técnico, também o presidente do Siena, Massimo Mezzaroma, está a ser investigado.
A «La Repubblica» noticiou esta segunda-feira que o ministério público está particularmente interessado num encontro num restaurante de Génova, em maio de 2011, em que estiveram presentes os jogadores do clube com o mesmo nome Giuseppe Sculli e Domenico Criscito (hoje no Zenit), dois membros da claque Ultra e um conhecido criminoso bósnio. A rede de apostas seria organizada por uma associação criminosa do leste europeu, que teria pago milhares de euros aos futebolistas.
Os juízes de Cremona, onde as investigações começaram, focaram-se inicialmente em jogos do segundo escalão, mas o raio de ação alarga-se agora à principal divisão do futebol italiano. Depois do escândalo do «Calciocaos» em 2004, um novo furacão promete abalar o futebol italiano este verão.
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