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sábado, 14 de abril de 2012

Penso Terminar entre os 65 e os 70 Anos

José Mourinho quebrou o silêncio para falar de si próprio. O treinador português do Real Madrid considera-se «um grande treinador» e antevê uma carreira longa (seja onde for).

«Falar de mim próprio não é fácil, porque corro sempre o risco de pensarem que sou convencido, mas posso considerar-me, pelo que consegui na carreira, e de um modo muito pragmático, um grande treinador», afirmou José Mourinho, em entrevista à Audi Magazine, divulgada nesta quinta-feira, lembrando que teve «sucesso em muitos países».

«Creio que é mais fácil trabalhar fora e ter a capacidade de adaptação a diferentes culturas, objetivos e modos de viver e pensar o futebol», justificou, admitindo que podia fazê-lo em qualquer lugar. «Custa à minha mulher e aos meus filhos, não a mim. Se tiver um campo de futebol para treinar, uma bola e uns quantos jogadores, tanto me faz estar aqui, na África ou na Ásia.»

Mas longe, ainda, vem o adeus ao futebol. Mas quando isso acontecer será definitivo, prometeu José Mourinho. «Dentro de 20 anos vejo-me na reta final da minha carreira. Penso terminar entre os 65 e os 70 anos e a única coisa que desejo é estar orgulhoso da minha carreira. O futebol continuará a fazer parte da minha vida até ao dia em que me retirar. Não vou ser uma dessas pessoas que deixam de jogar ou treinar e que não conseguem viver tranquilos, sem criticar, comentar. No dia em que disser: hoje é o meu último jogo como treinador, deixarei de ser parte da família do futebol.»

Para já, continua concentrado naquilo que mais gosta de fazer como treinador. «O risco de entrar num jogo e saber que dentro de duas horas podemos ser heróis ou vilões. Se durante 15 dias não tenho jogo, falta-me algo», assumiu, considerando que o futebol tem «uma magia incrível»: «As pessoas amam o futebol, é um fenómeno social e diria mesmo sócio-cultural absolutamente surpreendente.»

Entre outras considerações, José Mourinho explicou por que não festeja as conquistas com maior exuberância. «Não sou de celebrar muito os títulos nem os momentos muito bons para desejar voltar a senti-los. (...) Estou num momento de amadurecimento e sou menos egoísta nesse sentido. Prefiro ver os outros desfrutar e dar o meu contributo a que outros possam desfrutar», contou.

E também evita quem não faz uso do talento. «Para ser campeão há que ter um talento especial, mas há quem nasça com ele e depois não chegue ao mais alto nível. O que marca a diferença é o caráter, que está ao serviço do talento. Respeito muito quem aproveita o talento, mas quem desperdiça a possibilidade de ter uma carreira de grande sucesso é gente que não me interessa», revelou.

É de talento, aliás, que trata o livro que tem na cabeceira e cujo protagonista é Rafael Nadal. «Interessa-me saber por que razão este miúdo se transformou num atleta de outro mundo», disse.

Também a família não foi esquecida nesta entrevista. Para o filho, que é guarda-redes no Canillas, modesto clube madrileno que tem um protocolo com o Real Madrid, fica a promessa de pai de que não haverá pressão. «Que faça o que quiser. Sei que tem talento e paixão, e não estou a ver com olhos de pai. O meu pai foi jogador e treinador e nunca me pressionou para que fosse alguma das duas coisas», recordou.

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