O Portugal-Brasil do Mundial de 1966 ainda dá que falar, tantos anos depois. De visita ao Rio de Janeiro, Eusébio não gostou de ser confrontado (uma vez mais) com a acusação de que a equipa das quinas ganhou o jogo por ter jogado de forma dura, deixando Pelé inferiorizado fisicamente. Para responder, a lenda portuguesa recordou a Taça das Nações, disputada dois anos antes.
«Fiquei triste com o Pelé, pois não esperava que ele batesse na cara dos defesas portugueses. Vocês não se lembram das maldades deles, não é? Não se pode reclamar. Para levar vantagem, o Pelé era muitas vezes violento. Não lhe tiro valor nem categoria. E até sou mais amigo dele do que ele é meu, se querem saber. Cheguei a dizer-lhe num jogo: Ó Pelé, por amor de Deus! Não há aqui nenhum Cassius Cley», disse Eusébio, convidado da Soccerex, feira de negócios do futebol.
O «Pantera Negra» foi mesmo mais longe, defendendo que o melhor jogador brasileiro da história foi outro que não Edson Arantes do Nascimento. «Houve um melhor do que Pelé. Era Garrincha. Tinha uma perna torta, e a outra esticada, normal. Como fazia aquilo tudo com essa dificuldade? Era um paralítico! E como jogou! Muito melhor do que todos nós! Mas como era do povo, e gostava de outra bebida que não água, ficou marginalizado», sustentou.
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