
Aos 25 anos, Emerson da Conceição está bem na vida, assinou um bom contrato com o Benfica, está noivo de Eliene, que o acompanha diariamente em Lisboa, tal como o irmão, Marivaldo, de 36 anos, e tem tudo o que precisa. Longe vão os tempos de dificuldades e desespero, no auge dos quais chegou a pensar em desistir da carreira e abandonar o futebol.
As origens do lateral-esquerdo do Benfica são muito humildes e antes de subir a pulso passou por momentos verdadeiramente difíceis, os anos de meninice e adolescência nem sempre foram rosas...
«Tive muitas dificuldades, a minha família era de uma favela, Guaianases, da zona leste de São Paulo», conta, a propósito de um dos bairros mais carentes daquela cidade, habitado por 400 mil pessoas e onde reinam problemas de ordem social.
«Havia muita criminalidade», recorda, antes de contar episódios da vida que tinha antes de chegar a profissional: «Saí de casa aos 14 anos, pois o meu sonho era jogar futebol, sempre foi assim desde pequeno. Fiz testes em muitas equipas, Corinthians, Cruzeiro, mas nunca dava certo, ficava seis meses e depois... Mas sempre meti na cabeça que nunca iria desistir do objectivo de ser jogador de futebol. Cheguei ao Corinthians Paranaense com 17 anos, foi o meu primeiro contrato profissional, e então fiquei alguns anos, mas houve uma altura em que pensei mesmo em desistir, deitar tudo fora, deixar o futebol e até falei com o meu irmão. Disse-lhe que iria ficar no Corinthians Paranaense até Dezembro e que se não aparecesse algo de bom abandonaria o futebol».
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