O Atlético Clube de Portugal está na II Liga do futebol lusitano. Este é o desfecho de uma história de sucesso que muitos ansiavam e a maioria não acreditava. Foram 21 anos a sonhar com o regresso aos grandes palcos do futebol, o retorno a uma casa assídua durante as décadas de 40 e 50.
Nos últimos anos, só a eliminação em 2007 do F. C Porto da Taça de Portugal trouxe a fragrância dos tempos de glória.
A vitória de domingo passado, por 1-0, frente ao Padroense marcou o regresso de um dos históricos e instalou a euforia na Tapadinha. Agora, o céu é o limite. Falámos com o treinador António Pereira, um dos principais obreiros da campanha alcantarense, para medir o sucesso desta época e perspectivar o futuro da equipa.
«Estou muito feliz. Nunca pensamos que fosse acontecer esta época, mas era algo que ansiava há muito tempo. Tenho a certeza que vai ficar na história do clube, do futebol português, na memória de todos os adeptos do Atlético. Esta subida ao fim de tantos anos é algo histórico. Todos devem ficar muito orgulhosos do trabalho que fizemos», disse o treinador português.
A subida do Atlético era um objectivo impensável no começo da temporada. «Nada disto foi programado, não estávamos à espera. Tivemos grandes dificuldades no início da época. Começamos o campeonato a jogar sem laterais e com quatro juniores. Se me dissessem no início da época que agora estava nesta posição, não acreditava», explicou António Pereira.
O técnico de 54 anos remete o sucesso da equipa para o trabalho dos jogadores. «As coisas foram acontecendo. Este título deve-se ao esforço e valor dos jogadores que sempre acreditaram que era possível lutar contra todas as correntes», disse o técnico luso, que deixa no ar incerteza do seu futuro à frente da equipa.
«A próxima época? Não sei. Não faço a mínima ideia como a equipa vai estar. Ninguém falou comigo e não falei com ninguém. Ainda não sei onde vou estar... Enquanto não se acertarem as coisas, não posso pensar na próxima época», disparou. Por fim, o técnico rotulou a promoção como o maior momento da carreira. «Se entendermos que uma subida à segunda Liga é mais importante do que todas as subidas que alcancei ao longo da minha carreira, então pode-se dizer que este é o ponto mais alto», rematou.
O presidente do Atlético, Almeida Antunes, optou por criticar o modelo de promoção de dois clubes à II Liga, reiterando que os culpados não deviam estar no desporto. «É uma vergonha para o Dr. Hermínio Loureiro, Gilberto Madaíl e para Júlio Vieira, o representante das associações, quando há três ou quatro anos acabaram com as séries A, B, C e D, em que subiam os dois melhores clubes», afirmou o dirigente em declarações à Agência Lusa.
Almeida Antunes disse não esquecer que na altura, quando passou a ser um modelo de competição de três zonas, foi prometido que «o vencedor de cada zona subia». «Agora jogamos mais de um mês e meio. Para três clubes é de uma violência muito grande, assim como para os jogadores. E depois, no final, fica uma equipa pelo caminho. Os culpados disto não podiam estar no desporto», sublinhou.
Dividido em três séries, o campeonato do terceiro escalão promove apenas duas equipas, após um «play-off» disputado entre os «campeões» das três zonas. A última vez que o clube do bairro lisboeta de Alcântara esteve num campeonato equivalente à Liga de Honra foi em 1979/80. Então a II Divisão era o segundo escalão do futebol luso.
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